Aprenda a preparar seu próprio leite de castanha caseiro (é bem fácil)

Aprenda a preparar seu próprio leite de castanha caseiro (é bem fácil)

Seja por modismo, gosto ou necessidade, fato é que muita gente tem aberto espaço na sua alimentação para um consumo maior de vegetais (o que é ótimo, por motivos ecológicos e também de saúde). E uma das formas de trazer mais desses alimentos para o dia a dia é apostar nos chamados “leites” vegetais, feitos principalmente com oleaginosas, como amêndoas e castanhas em geral. O termo correto seria “bebidas”, já que leite, mesmo, é só aquele produzido pelas mamíferas… Mas, no dia a dia, chamamos esses preparos assim por associação com a cor, em geral bem clara e leitosa. Na esteira dessas mudanças, muitas marcas vêm oferecendo opções de caixinha, especialmente os elaborados com cereais, como arroz e aveia. Só que fazer essas bebidas em casa, além de mais barato, também garante que você saiba exatamente o que está colocando no copo, ou seja, nada de aditivos. Muito sabor e frescor total!

Para fazer os leites vegetais você precisa basicamente de três coisas: água, sementes e tempo. Alguns especialistas vão além e adicionam grãos e cereais germinados, verduras, legumes e frutas, produzindo o que chamam de “leite da terra”, como uma vitamina superpoderosa. Mas aqui vou me restringir aos preparos puros e feitos com um único ingrediente de base, em especial as castanhas.

Veja algumas dicas para fazer seu leite vegetal em casa, é muito fácil:

Escolha o seu ingrediente: amêndoas, avelãs, castanha de caju… De todas as opções vegetais, os leites de castanhas e sementes são os que mais gosto: têm uma textura sedosa que lembra muito a do leite de vaca integral, são delicados no paladar e combinam até com o café quentinho. Podem ser preparados com diversos tipos de ingredientes, como amêndoas, avelãs, nozes, castanhas de caju e castanhas-do-pará. Mas nada impede que se usem também outros menos óbvios, como amendoim, gergelim, sementes de girassol sem casca e linhaça. Com a linhaça, aliás, se faz um leite bem cremoso, pois ela solta uma espécie de gel, que dá para usar até como um “creme de leite” caseiro.

Preparo básico e proporção de água

Algumas sementes são mais firmes que outras, mas você pode seguir um preparo básico para todas e ir adaptando o tempo de molho: coloque uma xícara de sementes (sempre cruas e sem sal) numa tigela média e cubra com quatro xícaras de água. Deixe de molho por 8 horas (nos dias quentes, eu deixo na geladeira, com a tigela tampada com um prato). Passado esse tempo, escorra o líquido, lave bem as castanhas e bata-as no liquidificador com três xícaras de água filtrada ou mineral. Bata por pelo menos um minuto, na potência máxima, até obter um líquido homogêneo. Para as sementes com pele, como amêndoas e avelãs, coe o líquido num tecido fino, como como voil, coloque o leite extraído numa garrafa limpa, com tampa, e está pronto para consumir. Se as castanhas forem sem pele e mais macias, como a de caju e o girassol sem casca, pode tomar o leite sem coar, se preferir. Ajuste a proporção de água a seu gosto: se quiser uma bebida mais grossa, use menos líquido para bater.

Leite de coco, o mais popular

O Brasil é privilegiado no quesito coco: na maior parte do país, é bem fácil encontrar a fruta seca ou fresca. Para um leite de coco caseiro, use o fruto seco. Retire a água e a casca e corte a polpa branca e carnuda em pedaços menores. Bata no liquidificador a polpa de um coco pequeno com 3 xícaras de água quente por 1 a 3 minutos, dependendo da potência do seu aparelho. Coe com cuidado em um pano bem limpo e reserve o leite em uma garrafa com tampa. Além do preparo clássico em diversos pratos da cozinha brasileira, como as moquecas baianas e inúmeras sobremesas, o leite de coco é uma delícia para tomar puro, frio ou amornado, com café, chocolate ou batido com frutas. Ajuste a proporção de água de acordo com a quantidade de polpa (e se quiser um leite mais grosso ou mais fino).

O que fazer com os resíduos

Depois de coar o leite, sobra uma espécie de farelo, certo? Não jogue fora: é pura fibra, que pode ser usada em receitas de bolos, biscoitos, patês ou para fazer uma “ricota” vegetal bem temperadinha com ervas, azeite, limão, sal, pimenta e o tempero que desejar. O sabor é neutro e fica ótimo com torradas e pão.

Quanto tempo dura?

Sempre vale lembrar: tudo o que é fresco precisa de cuidado redobrado com a higiene e o armazenamento. Por isso, lave muito bem as mãos e os utensílios que irá utilizar para extrair e guardar o seu leite vegetal. O ideal é preparar a bebida e consumir no mesmo dia ou em pouco tempo. Reserve sempre em geladeira, em garrafa tampada. Depois de um tempo, a parte sólida tende a separar da líquida, mas isso é normal, basta agitar o vidro para homogeneizar novamente a bebida. Se estiver bem refrigerado, dura de 3 a 4 dias, mas sempre observe o cheiro e a textura: quando estraga, fica com um odor forte e azedo. E lembre-se de lavar muito bem o seu coador de pano a cada uso (de preferência, logo depois de usar), com água e sabão de coco, e deixar secar em local bem ventilado. Assim você evita contaminações.

Formas de aromatizar

Os leites de castanhas podem ser consumidos puros ou adoçados com o que você preferir. Eu gosto de melaço de cana ou mel, mas às vezes bato com cacau ou chocolate em pó no liquidificador para ficar como um shake. Também fica ótimo com frutas, como mamão, maçã e banana, e até vegetais: cenoura, beterraba, folhas de couve, salsinha, hortelã, etc. Dependendo do ingrediente utilizado, fica mais gostoso coar depois de bater, para não ficar cheio de fiapinhos das fibras. As bebidas vegetais podem ser servidas quentes ou frias, mas não as aqueça demais, pois são muito delicadas e podem ficar com aspecto talhado. Não significa que estragou, mas a textura na boca fica desagradável.

 
Fonte: menudodia.blogosfera.uol.com.br