Propolis assume função de remédio natural multiuso

O ditado popular já dizia: a própolis é um santo remédio. Mas será que o remedinho receitado pela vovó funciona de fato? Produzida pelas abelhas, ela resulta da mistura de substâncias colhidas do pólen e das árvores com as secreções da própria abelha.

A combinação dá origem ao produto, que é rico em aminoácidos, vitaminas e bioflavonoides, tornando a própolis um poderoso antioxidante com ação antibiótica. “Seu uso tem indicações específicas que devem ser respeitadas”, explica o zootecnista Sílvio Lengler, professor de apicultura da UFSM (Universidade de Santa Maria, RS).

Ação antibacteriana: a própolis é popularmente conhecida como sendo um antibiótico natural. A grande vantagem de seu uso em relação aos antibióticos comuns é que ela destrói as bactérias nocivas, preservando as benéficas, como é o caso das bactérias da flora intestinal.
Alguns estudos apontam que as bactérias não criam resistência à própolis, como acontece com os antibióticos sintéticos, impedindo que estas se tornem mais nocivas, perigosas e resistentes.

Antiviral: é uma poderosa aliada no combate dos vírus do herpes e da gripe. Também previne o aparecimento de constipações, pneumonias, resfriados e doenças do aparelho respiratório.

Antifúngica: sua ação estende-se ainda a fungos, como a Candida albicans, responsável por infecções vaginais, bucais e no sistema digestivo. “A própolis também tem ação antimicótica, atuando sobre alguns fungos e leveduras, principalmente micoses e coceiras no corpo, fungo de unha e dermatite seborreica. Nestes casos, utiliza-se xampus à base de própolis, pomadas e extrato de própolis”, explica o zootecnista.

Função imunoestimulante: estudos científicos também apontam o benéfico da própolis para o fortalecimento do sistema imunológico. O fato de estimular as células imunológicas torna a própolis um potente agente anti-infeccioso. “Ela estimula a produção de células produtoras de anticorpos e globulinas, importantes para pacientes com baixa resistência”, diz Sílvio.

Combate os radicais livres: além de possuir ação antioxidante, que bloqueiam a ação dos radicais livres sobre as células saudáveis, a própolis preserva a ação da vitamina C, um potente antioxidante antienvelhecimento.

Função cicatrizante e regeneradora dos tecidos: a presença de flavonoides e aminoácidos, considerados regeneradores dos tecidos, torna a própolis eficaz no tratamento de dermatites, feridas, úlceras e queimaduras. “Sabe-se que a maioria das úlceras gástricas são causadas pelo bacilo Heliobacter pilori, que é altamente sensível à própolis. Isso justifica o seu emprego no tratamento de infecções gástricas”, explica o apicurista.

Alívio de dores: sua função anestésica faz da própolis um excelente suplemento no combate de amidalites, dores de garganta, dor de dentes, entre outras.

Indicações para utilização da própolis

  • Em doenças inflamatórias superficiais, como estomatite, amidalite, gengivite, piorreia alveolar, hemorróidas. No caso de estomatite e inflamações da garganta, o extrato alcoólico traz melhores resultados, uma vez que cria uma película protetora no local onde foi passado;
  • Também é indicada para evitar a fadiga, melhorar as ulcerações e inflamações e amenizar os sintomas do reumatismo, do diabetes e da hipertensão;
  • Fortalecimento da ação imunológica pela ação de linfócitos, estimulação do organismo enfraquecido, redução dos efeitos colaterais de anti-cancerígenos e radioterapia;
  • Prevenção e tratamento de pneumonia crônica e bronquite infantil;
  • Tratamento de queimaduras graves e efeitos sobre doenças dermatológicas.

Contra-indicações

Mesmo com tantos benefícios a própolis deve ser usada com cautela: “devemos lembrar que a própolis não é um remédio milagroso para todos os males e, em função de suas propriedades, deve ser utilizada com cautela e só quando necessário”, explica.

Também há a dose correta para evitar intoxicações. “Mais de 60 gotas por dia da própolis é considerada uma dose elevada.”

Fonte: www.minhavida.com.br